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Gabriela Lerer

Floresteira porque não consegue imaginar a vida longe dos espaços naturais. Floresteira porque ama mergulhar na terra, escutar cada folha que nasce, o cheiro do céu, o som da mata, o embricamento que acontece com o seu próprio ser. Floresteira porque sabe que é floresta também. 

Estar com a natureza sempre foi algo que veio de dentro e, por ser sempre tão gostoso, veio a vontade de estar com mais pessoas nesses espaços. Nesse percurso, especialmente os pequeninos chegaram perto. Um presente da vida. Pude olhar com atenção para a importância do contato com a natureza na primeira infância. Criança é bicho solto, precisa de pé na terra, poça, árvores, espaço, pedra, estrelas. Na primeira infância sementes de encontros com a natureza se tornam uma árvore majestosa na vida adulta, e cá estamos nós, seguindo esse chamado, florestando, nutrindo e permitindo que as crianças brinquem, cresçam, floresçam no solo fértil da vida.

Helena Maria

Se percebe Floresteira quando perde o medo da aranha. Quando para pra ouvir a música que o vento vem cantar. Quando entra na mata pedindo licença a todos os moradores dali, das árvores, da terra, do ar. Se tornar floresteira tem sido um exercício do desaprender e do desabrochar. Desaprender que floresta é sinônimo de perigo. Desabrochar o encontro que nasce de dentro. Quando a natureza não está mais fora, mas sempre esteve aqui dentro. Pulsando. Percebendo que veias são rios. Coluna é caule. Mãos, galhos que dão flores e frutos. Ser floresta é presente, passado e futuro. Ser floresta é verbo. É tornar-se diariamente aquilo que se é.

Floresteira porque a maternidade me clamou por honestidade e coerência. 

Um chamado pelo resgate da minha essência esquecida, minha pequena e resistente floresta interna que se (re)conecta com a floresta externa a cada passeio e cresce mais um pouquinho. Um resgate do meu feminino que se conecta aos ciclos da natureza e com ela aprende. Um resgate da curiosidade extrema de criança que se mistura com o brincar ingênuo.E assim, a cada passeio vivo o que gostaria de vivido quando era pequena, e agradeço à mata por me receber e acolher como acolheria se eu fosse criança!

Paula Soares

Parques da Cidade 
Rio de Janeiro. Brasil

​"Eu penso renovar o homem usando borboletas"

​

Manoel de Barros 

Tel: (21) 988278627

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